Notícias

Financiamento de campanhas eleitorais de mulheres: Os julgamentos da Adi 5617, pelo Stf, e da consulta N.º 0600252-18, pelo TSE – Positivismo jurisprudencial Ou ativismo “constitucional”?

sexta-feira, 03 de abril de 2020
Postado por Gabriela Rollemberg Advocacia

Fonte:

Pedro Henrique Costa de Oliveira, Elísio Augusto Velloso Bastos

Resumo

Este ensaio objetiva analisar, sob a ótica do positivismo jurisprudencial – expressão cunhada por Pedro de Vega García, para representar a última etapa do positivismo no âmbito da evolução da doutrina constitucional do século XX –, as decisões proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, no julgamento da ADI n.º 5617, e pelo Tribunal Superior Eleitoral, na Consulta n.º 0600252-18, em que se discutiu o financiamento das campanhas eleitorais das mulheres. A partir das doutrinas de Pedro de Vega García, Ingeborg Maus e Dominique Rousseau, discute-se, neste estudo, se a decisão proferida em sede de controle de constitucionalidade extrapola os limites das funções atribuídas ao STF no exercício da jurisdição constitucional, ou se, ao revés, concretiza princípios constitucionais e direitos fundamentais. Conclui-se que a decisão do STF – e consequentemente do TSE –, ao corrigir e implantar política pública atua, democraticamente, de forma a cumprir as metas e comandos constitucionais, portanto compatível com a ordem jurídico-constitucional. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, tendo como procedimento o levantamento bibliográfico e documental, com consulta à jurisprudência.

Palavras-chave

Financiamento de campanhas eleitorais de mulheres; Cota de gênero; Positivismo Jurisprudencial; Jurisdição Constitucional; Controle Judicial de Políticas Públicas

Texto completo:

PDF

Referências

AGRA, Walber de Moura. A expansão da jurisdição constitucional. FIDES, v. 6, n. 1, Natal, jan./jun. 2015, p. 105-118.

AGRA, Walber de Moura. Teratologia da paridade de representação nos mandatos parlamentares. Revista Brasileira de Estudos Constitucionais – RBEC, Belo Horizonte, ano 9, n. 32, 2015, p. 1083-1095.

ALEXY, Robert. Direitos Fundamentais, Ponderação e Racionalidade. In: PIOVESAN, Flávia; GARCIA, Maria (Org.). Doutrinas Essenciais: Direitos Humanos. Vol 1. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2011, p. 915 a 927.

BARROSO, Luís Roberto. O controle de constitucionalidade no direito brasileiro. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2006.

BARROSO, Luís Roberto. Judicialização, ativismo e legitimidade democrática. Revista de Direito do Estado, Rio de Janeiro, n. 13, p. 71-91, jan/mar 2009.

BASTOS, Elísio Augusto Velloso. A garantia jurisdicional da Constituição brasileira: análise e propostas para seu aprimoramento. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2009.

BERCOVICI, Gilberto. Constituição e política: uma relação difícil. Lua Nova [online]. 2004, n. 61, pp. 5-24. DOI: 10.1590/S0102-64452004000100002.

BERCOVICI. Gilberto. A Concretização da Constituição e o Positivismo Jurisprudencial. Artigo não publicado.

BERTOLIN, Patrícia Tuma Martins; BENEDITO, Alessandra. Ações afirmativas. In: SMANIO, Gianpaolo Poggio; BERTOLIN, Patrícia Tuma Martins (Org.). O direito e as políticas públicas no Brasil. São Paulo: Atlas, 2013.

BRASIL. Lei n.º 9.096, de 19 de setembro de 1995. Dispõe sobre partidos políticos, regulamenta os arts. 17 e 14, § 3º, inciso V, da Constituição Federal. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9096.htm. Acesso em: 10.06.2018.

BRASIL. Lei n.º 9.100, de 29 de setembro de 1995. Estabelece normas para a realização das eleições municipais de 3 de outubro de 1996, e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9100.htm. Acesso em: 10.06.2018.

BRASIL. Lei n.º 9.504, de 30 de setembro de 1997. Estabelece normas para as eleições. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/l9504.htm. Acesso em: 10.06.2018.

BRASIL. Lei n.º 12.034, de 29 de setembro de 2009. Altera as Leis nos 9.096, de 19 de setembro de 1995 - Lei dos Partidos Políticos, 9.504, de 30 de setembro de 1997, que estabelece normas para as eleições, e 4.737, de 15 de julho de 1965 - Código Eleitoral. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l12034.htm. Acesso em: 10.06.2018.

BRASIL. Lei n.º 13.165, de 29 de setembro de 2015. Altera as Leis nos 9.504, de 30 de setembro de 1997, 9.096, de 19 de setembro de 1995, e 4.737, de 15 de julho de 1965 - Código Eleitoral, para reduzir os custos das campanhas eleitorais, simplificar a administração dos Partidos Políticos e incentivar a participação feminina. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13165.htm. Acesso em: 10.06.2018.

BRASIL. Supremo Tribunal Federal. ADI n.º 5617. Relator: Ministro Edson Fachin, 2018.

BRASIL. Tribunal Superior Eleitoral. Consulta n.º 0600252-18.2018. Relator: Ministra Rosa Weber, 2018.

CANARIS, Claus-Wilhelm. Direitos Fundamentais e Direito Privado. Coimbra: Almedina, 2009.

CANELA JUNIOR, Osvaldo. Controle judicial de políticas públicas. São Paulo: Saraiva, 2011.

CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito constitucional e teoria da constituição. Coimbra: Almedina, 1997.

CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito constitucional e teoria da constituição. 7. ed. Coimbra: Almedina, 2003.

CLÈVE, Ana Carolina de Camargo. Política pública de incentivo à participação feminina na política: a Justiça Eleitoral como partícipe no processo de inclusão. Ballot. Rio de Janeiro: UERJ, v. 1, n. 2, Setembro/Dezembro. 2015, p. 82-102.

CLÈVE, Clèmerson Merlin. Ações afirmativas, justiça e igualdade. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 20, n. 4416, 4 ago.2015. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/36521. Acesso em: 08 jan. 2019.

COMPARATO, Fábio Konder. Ensaio sobre o Juízo de Constitucionalidade de Políticas Públicas. Revista de Informação Legislativa, nº 138, Brasília, Senado Federal, abril/junho de 1998, p. 39-48.

DIAS, Jean Carlos. O controle judicial de políticas públicas. 2 ed. Salvador: Juspodivm, 2016.

DIMOULIS, Dimitri; MARTINS, Leonardo. Teoria Geral dos Direitos Fundamentais. São Paulo: Atlas, 2012.

DWORKIN, Ronald. Uma questão de princípio. Tradução Luís Carlos Borges. São Paulo: Martins Fontes, 2005.

GARCÍA, Pedro de Vega. Jurisdicción constitucional y crisis de la Constitución. Revista de Estudios Políticos. No. 7, 1979, p. 93-118.

GARCÍA, Pedro de Vega. El Tránsito del Positivismo Jurídico al Positivismo Jurisprudencial en la Doctrina Constitucional. Teoría y Realidad Constitucional. Madrid: Universidad Nacional de Educación a Distancia. Editorial Centro de Estudios Ramón Areces, n. 1, 1. sem, 1998, p. 65 a 87.

GOMES, Joaquim Benedito Barbosa. Ação afirmativa e princípio constitucional da igualdade: o direito como instrumento de transformação social. A experiência dos EUA. Rio de Janeiro: Renovar, 2001.

GRIMM, Dieter. Constituição e política. Tradução Geraldo de Carvalho. Belo Horizonte: Del Rey, 2006.

GRINOVER. Ada Pellegrini. O controle das políticas públicas pelo Poder Judiciário. Revista do Curso de Direito da Faculdade de Humanidades e Direito, v. 7, n. 7, 2010, p. 9-37.

MAUS, Ingeborg. Judiciário como Superego da Sociedade: O Papel da Atividade Jurisprudencial na 'Sociedade Órfã. Novos Estudos nº 58, São Paulo, CEBRAP, novembro de 2000, p. 183 a 202.

MEZZAROBA, Orides. Teoria geral do direito partidário e eleitoral. Florianópolis: Qualis Editora, 2018.

NEVES, Marcelo. Entre Têmis e Leviatã: uma relação difícil. São Paulo: Martins Fontes, 2008.

ROUSSEAU, Dominique. Une rèsurrection: la notion de Constitution. Revue du Droit Public et de la Science Politique en France et a l’Étranger, 1990, Paris, LGDJ, n. 1, jan./fev. 1990, p. 5-22.

SAMPAIO, José Adércio Leite. A constituição reinventada pela jurisdição constitucional. Belo Horizonte: Del Rey, 2002.

SARMENTO, Daniel; SOUZA NETO, Cláudio Pereira. Notas sobre jurisdição constitucional e democracia: a questão da "última palavra" e alguns parâmetros de autocontenção judicial. Revista Quaestio Iuris, vol.06, n.º 02. ISSN 1516-0351, 2013, p. 119-161. DOI: 10.12957/rqi.2013.11773

SUNSTEIN, Cass Robert. Political Equality and Unintended Consequences. Columbia Law Review, vol. 94, 1994, p. 1390-1414.

TATE, C. Neal; VALLINDER, Torbjörn. The global expansion of Judicial Power: the judicialization of politics. New York; London: New York University Press, 1995.

VERBICARO, Loiane Prado. A judicialização da política à luz da teoria de Ronald Dworkin. In: CONPEDI, Fortaleza. Anais do XIV Congresso Nacional. Florianópolis: Fundação Boiteux, 2005.

VERDÚ, Pablo Lucas. La Constitución en la Encrucijada (Palingenesia Iuris Politici). Madrid: Real Academia de Ciencias Morales y Políticas, 1994.

Categoria(s): 
,
Tag(s):
, , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , ,

#GRAinforma

Notícias relacionados

ter, 13 de novembro de 2012

Atendendo MPE, Justiça Eleitoral declara inelegíveis presidentes de cinco partidos de Pedro Afonso

Ao julgar procedente uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) proposta pelo Promotor de Justiça Eleitoral de Pedro Afonso, Luiz […]
Ler mais...
qua, 29 de março de 2017

TRE de Mato Grosso realiza Encontro de Direito Eleitoral na sexta-feira (31)

O Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT) realiza o Encontro de Direito Eleitoral no dia 31 de março, das […]
Ler mais...
sex, 19 de julho de 2013

CCJ aprova regras para impugnação de pesquisas eleitorais

A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) aprovou nesta quarta-feira (17) projeto de lei que regulamenta a impugnação de […]
Ler mais...
sex, 18 de julho de 2014

TRE/SP mantém multa de R$ 50 mil a Padilha e ao PT por propaganda antecipada

O plenário do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo manteve, nesta terça-feira (15), a multa de R$ 50 mil ao […]
Ler mais...
cross linkedin facebook pinterest youtube rss twitter instagram facebook-blank rss-blank linkedin-blank pinterest youtube twitter instagram