Notícias

OAB defende em Fórum Nacional financiamento democrático de campanhas

segunda-feira, 15 de abril de 2013
Postado por Gabriela Rollemberg Advocacia

Brasília – “O maior ganho com o fim do financiamento privado das campanhas eleitorais será possibilitar que as pessoas de bem continuem na política. Essa será a conquista mais importante”. A afirmação foi feita nesta segunda-feira (15) pelo presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcus Vinicius Furtado, ao participar da reunião do Fórum Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (FDES), realizado no auditório da sede da OAB, para discussão do projeto de lei de iniciativa popular sobre o financiamento democrático de campanhas. O projeto com novas regras para os custos das próximas campanhas será elaborado por integrantes do Fórum, OAB e do Movimento de Combate e Corrupção Eleitoral (MCCE) às 9h da próxima quarta-feira (17).

Ao se pronunciar sobre o projeto de lei de iniciativa popular, o presidente da OAB defendeu que os partidos políticos tenham estrutura com menos foco nas oligarquias e defendeu mudanças imediatas para as campanhas, ressaltando que, nas últimas, os candidatos vencedores foram os que gastaram cinco vezes mais em recurso financeiros. “Em 36 países do mundo, a exemplo do Canadá, França e do México, há a proibição das contribuições de empresas a candidatos”, afirmou Marcus Vinicius, tecendo críticas aos que defendem a criminalização da política.

Ainda segundo Marcus Vinicius, três são os problemas do financiamento privado de campanhas: torna desigual a participação dos candidatos que recebem e os que não recebem financiamento por empresas; torna desigual a disputa entre eles; e distancia o povo e o Congresso Nacional dos candidatos. Entre os itens que devem constar do projeto de lei de iniciativa popular de financiamento democrático dos pleitos eleitorais, o presidente citou a fixação em lei de um limite máximo para os gastos (hoje quem fixa os gastos são os partidos); a existência de mecanismos mais transparentes de prestação de contas de campanhas; e a criação de dois tipos penais: um para criminalizar o caixa dois de campanhas e outro para classificar como crime os gastos irregulares com as estruturas de campanhas. Tais tipos penas deverão ser acrescidos à Lei 9.504/97, que traz as normas para as eleições.

O presidente da Comissão Especial de Mobilização para a Reforma Política da OAB Nacional, o membro honorário vitalício da entidade, Cezar Britto, também foi enfático na defesa de mudanças emergenciais para a garantia de democracia ao processo eleitoral. Segundo Cezar Britto, não existe paridade de armas quando um candidato tem os recursos de sua campanha financiados e o outro não. “Um bilhão de reais foram doados na última campanha por apenas cinco empresas? Qual o interesse dessas cinco? A contrapartida do financiamento ilícito de campanhas é o retorno ilícito”, afirmou Cezar Britto, para quem o Brasil deve ousar. “Ousar é dizer a todos que a coisa pública tem que ser financiada pelo público, não pelo privado e não com base em interesses pessoais”, acrescentou.

O secretário da Comissão de Mobilização para a Reforma Política da OAB, Aldo Arantes, afirmou que o debate em torno das mudanças deve ser em torno do fortalecimento dos partidos e não dos indivíduos. Arantes criticou o atual sistema de listas abertas de candidaturas, o que, segundo ele, transforma a eleição em uma disputa entre indivíduos dentro do partido, distanciando a política do debate com a nação. “A sociedade é poderosa. Deve usar o seu poder de pressão como arma para reivindicar mudanças urgentes, assim como foi feito quando da aprovação da Lei Ficha Limpa”.

Na reunião de hoje, o Fórum Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social declarou oficialmente o seu apoio ao projeto de lei de iniciativa popular da OAB para a mudança do sistema eleitoral, apoio que foi lido pelo integrante do Fórum e ex-governador do Distrito Federal, Wanderley Vallim. Pelo Fórum, também estavam presentes o seu presidente, Francisco Machado, e o coordenador do Conselho Político, Raymundo Castro.

A previsão é de que, após o lançamento do projeto de lei de iniciativa popular, a população possa assiná-lo nas sedes das Seccionais e da Igreja, a exemplo do que foi feito quando da edição do projeto de lei que gerou a lei complementar 135/10, mais conhecida como Lei da Ficha Limpa. Para que o projeto seja entregue ao Congresso Nacional é necessário que 1% da população eleitoral do país assine o projeto, ou seja, 1,36 milhão de assinaturas devem ser apostas.

Leia a notícia completa em:

OAB Notícias

http://www.oab.org.br

Categoria(s): 
,
Tag(s):
, , , , ,

#GRAinforma

Notícias relacionados

qui, 18 de abril de 2013

TRE-SC condena ex-prefeita de Bocaina do Sul é condenada a pagar mais de R$ 32 mil

O juiz da 93ª Zona Eleitoral (Lages), Antônio Carlos Junckes dos Santos, julgou procedente a Ação de Investigação Judicial Eleitoral […]
Ler mais...
seg, 20 de agosto de 2018

Estamos preparados para a adoção de candidaturas avulsas no Brasil?

Por Ana Claudia Santano Há algum tempo estamos presenciando o pedido de diversos candidatos de forma independente. Pelo menos nas três […]
Ler mais...
qua, 04 de setembro de 2019

PRB questiona TSE sobre regulação da vaquinha virtual em campanhas

Fonte: Conjur O diretório nacional do PRB apresentou, no dia 5/8, uma consulta ao Tribunal Superior Eleitoral sobre a possibilidade […]
Ler mais...
qui, 28 de março de 2019

STJ fixa precedente inédito sobre prova nova e prazo decadencial em rescisória

A 3ª turma do STJ fixou na manhã desta terça-feira, 26, precedente em caso de usucapião sobre a ampliação do […]
Ler mais...
cross linkedin facebook pinterest youtube rss twitter instagram facebook-blank rss-blank linkedin-blank pinterest youtube twitter instagram