Notícias

TRE/AM cassa mandatos do governador José Melo e do vice

terça-feira, 26 de janeiro de 2016
Postado por Gabriela Rollemberg Advocacia

O Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AM) cassou os mandatos do governador do Amazonas, José Melo (Pros), e do vice-governador, Henrique Oliveira (SD), na tarde desta segunda-feira (25), em Manaus. Eles são acusados de compra de votos nas eleições de 2014. O juíz Márcio Rys Meirelles de Miranda foi o único que votou contra a ação. Cinco votos foram a favor. A defesa de Melo disse que vai recorrer.

A assessoria jurídica da presidente do TRE-AM, desembargadora Socorro Guedes, informou que José Melo continua no cargo até a publicação do acórdão quando ocorrerá a comunicação à Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM). A assessoria disse ao G1 que a publicação deve ocorrer em uma semana.

No julgamento realizado na sede do TRE-AM, Zona Centro-Sul da capital, votaram a favor da cassação os juízes Henrique Veiga, Didimo Santana Barros Filho, a juíza Jaiza Fraxe, o relator do processo, juiz Affimar Cabo Verde e o desembargador João Mauro Bessa.

O advogado de defesa do governador José Melo, Yuri Dantas, declarou que vai aguardar a publicação do acórdão para saber quais procedimentos recursais serão utilizados.

“Agora vamos ter que aguardar a publicação do acórdão e a partir daí decidir qual o meio recursal que vamos utilizar.  Se serão os embargos de declaração, eles serão protocolizados aqui mesmo pelo tribunal [TRE-AM], se serão recursos ordinários, serão pelo Tribunal Superior Eleitoral [TSE]”, explicou.

Segundo Dantas, o acórdão será composto por todos os votos e manifestações orais que foram dados durante a sessão de votação. “Isso foi um pedido do doutor Daniel Nogueira [advogado da coligação adversária ‘Renovação e Experiência’], portanto, temos ainda muita coisa a ser analisada”, disse.

Sobre a expectativa de uma nova eleição para o cargo de governador do estado, Dantas declarou que o assunto não foi decidido na sessão desta segunda e que não seria abordado no acórdão.

“O que foi decidido aqui foi a cassação do governador e vice-governador do estado. O acórdão não vai trazer nada que diga a respeito de uma nova eleição ou coisa parecida. Isso não foi decidido hoje. A partir da publicação do acórdão, temos três dias para recorrer”.

Coligação Renovação e Experiência
O advogado Daniel Nogueira, da coligação adversária "Renovação e Experiência" declarou que, após a decisão, se deve analisar, também, recurso de outras penas das quais o governador José Melo é acusado. Nogueira ainda afirmou que a decisão desta segunda terá um reflexo positivo nas próximas eleições.

“Neste momento cabe recurso, principalmente pela parte derrotada. Nós também podemos e vamos analisar a possibilidade de oferecer recurso para majorar as outras penas que não a de cassação, então, ambas as partes poderão recorrer dessa decisão, mas principalmente quanto a pena de cassação esse é um ato potestativo da defesa”, disse.

TSE
Em entrevista à Rede Amazônica no mês de dezembro, em Brasília, o especialista em Direito Eleitoral Wesley Machado explicou que a partir da decisão é cabível os embargos de declaração, que existe quando na decisão houver omissão, obscuridade ou contradição. Nesse caso, o próprio TRE deve julgar. Melo também pode entrar com recurso no TSE.

“Esse recurso é o recurso ordinário. Nele, o TSE poderá rejulgar o caso. Nessa situação, o TSE poderá dar um acórdão diferente do que já foi dado pelo TRE. Uma questão importante e decorrente da mini reforma eleitoral que tivemos em 2015 é que até setembro de 2015 os recursos interpostos contra as decisões da Justiça Eleitoral não tinham efeito suspensivo, o que queria dizer que a decisão poderia ser aplicada imediatamente. Com a Lei da Reforma Eleitoral, os recursos sobre cassação passam a ter efeito suspensivo; como essa decisão é muito drástica e desconsidera a vontade popular, para esse caso há uma previsão expressa que o recurso impeça a execução imediata da decisão pelo TRE. O governador continua no exercício do mandato, até que o TSE decida", disse Machado.

O caso
José Melo foi acusado de esquema de compra de votos e de uso irregular da Polícia Militar na campanha eleitoral de 2014. A ação foi proposta pela coligação adversária "Renovação e Experiência", que tinha como candidato o agora ministro de Minas e Energia e senador licenciado, Eduardo Braga (PMDB).

 

Acesso em: 26/01/2016
Leia notícia completa em:
G1
www.g1.globo.com

Categoria(s): 
,
Tag(s):
, , , ,

#GRAinforma

Notícias relacionados

sex, 31 de janeiro de 2020

Documentos vazados expõem o mercado secreto para seus dados de navegação

Fonte: Vice Um programa de antivírus usado por milhões de pessoas no mundo todo está vendendo informações de navegação na […]
Ler mais...
qui, 25 de abril de 2013

Redes sociais não devem ter limite para manifestações eleitorais, diz Toffoli

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, defendeu liberdade de opinião em matéria eleitoral nas redes sociais. Ao contrário […]
Ler mais...
sex, 06 de agosto de 2021

Terceira Turma desobriga Google de omitir resultados que associem Ney Matogrosso a Kim Kataguiri

Fonte: STJ A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) acolheu recurso do Google para desobrigá-lo de excluir resultados […]
Ler mais...
seg, 20 de junho de 2016

Fundo Partidário deve ampliar investimento em participação feminina na política

Entre as novidades da Reforma Eleitoral de 2015 (Lei nº 13.165) há uma alteração na aplicação do Fundo Partidário que […]
Ler mais...
cross linkedin facebook pinterest youtube rss twitter instagram facebook-blank rss-blank linkedin-blank pinterest youtube twitter instagram