Notícias

Corregedoria-Geral Eleitoral suspende acordo entre TSE e Serasa

sexta-feira, 09 de agosto de 2013
Postado por Gabriela Rollemberg Advocacia
 Foto: Nelson Jr./ASICS/TSE

Foto: Nelson Jr./ASICS/TSE

A corregedora-geral da Justiça Eleitoral, ministra Laurita Vaz, suspendeu nesta quinta-feira (8) acordo de cooperação técnica firmado entre o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a Serasa Experian S/A. O acordo previa, além do fornecimento de dados públicos, a validação de informações do cadastro da Serasa com o cadastro eleitoral em troca de certificados digitais que seriam fornecidos pela empresa.

A corregedora-geral suspendeu o acordo por entender, em juízo preliminar, “haver risco de quebra do sigilo de informações” do cadastro eleitoral, que é de responsabilidade da Corregedoria-Geral Eleitoral. Apesar de o acordo estar em vigor desde o dia 23 de julho deste ano, a ministra Laurita Vaz ressaltou que as informações do cadastro eleitoral “ainda estão preservadas”.

Ao longo do despacho, ela faz um histórico detalhado dos motivos que resultaram no acordo de cooperação. Ela lembra que a Serasa oficiou ao TSE com o intuito de firmar o acordo técnico por ter interesse em obter informações do cadastro eleitoral. Após um primeiro parecer técnico sobre o pedido, emitido pela Secretaria da Corregedoria-Geral Eleitoral, a então corregedora, ministra Nancy Andrighi, concluiu, no dia 30 de junho de 2011, pela impossibilidade do acordo.Nesse documento, ela afirma que o TSE somente poderia disponibilizar “informações sobre a situação da inscrição e a quitação eleitoral, como ordinariamente ocorre em relação a diversos órgãos públicos, sem a liberação de dados sigilosos”.

Diante dessa manifestação, a Serasa apresentou uma nova proposta ao TSE, com intuito de receber as seguintes informações do cadastro: número de inscrição, nome, CPF e dados relativos a informações de óbitos. No pedido, a Serasa frisa que os dados de óbitos são públicos e sua disponibilização é essencial para a prevenção de fraudes. “A disponibilização de tais informações representa um benefício social, na medida em que poderá evitar a realização de negócios ou a concessão de créditos em nome de pessoas já falecidas”, afirmou a empresa no pedido. Acrescentou ainda que, “da mesma maneira, dados da inscrição eleitoral, como chave primária, permitem a identificação do seu titular e a redução do risco nas operações de negócio”.

Essa nova proposta foi encaminhada pela Assessoria Jurídica da Diretoria-Geral do TSE para a Corregedoria-Geral Eleitoral, que à época era chefiada pela ministra Nancy Andrighi. Em decisão tomada no dia 25 de outubro de 2012, ela analisa toda a legislação relativa à garantia do sigilo dos dados do cadastro eleitoral e afirma não haver “óbice ao fornecimento de relação contendo o nome do eleitor, número de inscrição e informações a respeito de óbitos” e o “cruzamento de dados previamente fornecidos pela [Serasa] com o cadastro eleitoral e retorno das informações [pelo TSE] sobre eventual óbito do titular e registro de CPF”. Não se trata, portanto, de repasse desses dados pelo TSE, apenas a validação dos dados a serem fornecidos pela Serasa.

Em seguida, em parecer conclusivo, a Assessoria Jurídica do TSE acolheu a contrapartida oferecida pela Serasa, ou seja, a emissão de certificados digitais (necessários à implementação do Processo Judicial Eletrônico), em cumprimento à necessária reciprocidade para a realização do acordo de cooperação.

O acordo foi assinado pela Diretoria-Geral do TSE no dia 16 de julho deste ano e publicado no Diário Oficial da União (DOU) no dia 23 de julho.

 

Acesso em: 09/08/2013

 

Leia a notícia completa em:
Tribunal Superior Eleitoral
www.tse.jus.br

 

 

Categoria(s): 
,
Tag(s):
, , , ,

#GRAinforma

Notícias relacionados

seg, 10 de setembro de 2018

“A igualdade de gênero na política deve ser levada a sério de uma vez por todas”

Uma das grandes novidades das eleições 2018 é o Fundo Eleitoral – recurso público que já está sendo utilizado para […]
Ler mais...
ter, 13 de março de 2018

Congresso Alagoano de Direito Eleitoral

Palestrantes já confirmados:1 - Marilda de Paula Silveira. Possui graduação, mestrado e doutorado em Direito pela Universidade Federal de Minas […]
Ler mais...
qui, 13 de julho de 2017

O Ministro Gilmar Mendes do TSE acolhe tese jurídica dos advogados Fabrício Bastos e Gabriela Rollemberg ordenando liminar para diplomação de Marcão; a cidade de Lençóis está em festa

A população do município de Lençóis, na Chapada Diamantina, conhece seu prefeito de fato e direito. Trata-se do candidato a […]
Ler mais...
seg, 09 de julho de 2018

O que pode e o que não pode na campanha eleitoral deste ano

Por Amilton Kufa Com as últimas reformas eleitoral e política, mudanças foram implementadas em quase todos os pontos da legislação eleitoral, […]
Ler mais...
cross linkedin facebook pinterest youtube rss twitter instagram facebook-blank rss-blank linkedin-blank pinterest youtube twitter instagram