Notícias

Partido deve provar que verba pública foi usada em atividade partidária, diz TSE

terça-feira, 14 de fevereiro de 2023
Postado por Gabriela Rollemberg Advocacia

Fonte: Conjur

Verbas públicas não estão sujeitas ao livre arbítrio partidário. Elas se submetem à autonomia do partido, mas isso pressupõe responsabilidade atrelada à atividade finalística da legenda. Assim, a falta de comprovação de que as despesas foram feitas na forma prevista pela lei leva à desaprovação das contas e à devolução de valores aos cofres públicos.

Com base nesse entendimento, o Tribunal Superior Eleitoral reprovou as contas do diretório nacional do Partido Republicano da Ordem Social (PROS) referentes ao exercício financeiro de 2017. A legenda terá de devolver R$ 1,8 milhão ao erário, além de pagar multa de R$ 460 mil, valor a ser descontado de repasses futuros do Fundo Partidário.

Relator, o ministro Alexandre de Moraes classificou o caso como "uma confusão entre o que é público e o que é privado". O diretório nacional do PROS cometeu diversas irregularidades, que se acumularam devido à falta de comprovação de que os gastos foram, de fato, feitos em atividades partidárias.

Um exemplo são os gastos com alimentação. O PROS, que tem em seu quadro de funcionários cozinheiros e que fornece vale alimentação, contratou chef de cozinha e garçom sem justificativa. Além disso, comprou média de 308 quilos de carnes e peixes por mês em 2017.

Outro problema: a legenda prestou contas do uso de aeronaves sem comprovação de ligação com atividades partidárias e custeou o combustível do veículo de uma liderança partidária — o carro era particular e a legenda alegou que a proprietária o cedeu para os deslocamentos necessários.

"Aqui o ônus da prova se inverte. O dinheiro é público. Quem tem de comprovar que houve finalidade partidária no uso é o partido", afirmou o ministro Alexandre de Moraes. "Como que o TSE vai presumir que é lícito o gasto de dinheiro público?", questionou ele.

"Infelizmente há uma confusão entre o que é público e o que é privado. Infelizmente há uma reiteração nessa confusão em que o presidente pode acabar se utilizando privadamente do que é do partido com recursos públicos: avião, helicóptero, jantares, assessores. O presidente não é o rei do partido, o imperador. Se quiser usar, que ressarça o partido.".

PC 0600406-36.2018.6.00.0000

Categoria(s): 

#GRAinforma

Notícias relacionados

qui, 01 de outubro de 2015

Ministro João Otávio de Noronha é homenageado em sua última sessão no TSE

Ao participar de sua última sessão como membro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro João Otávio de Noronha foi […]
Ler mais...
sex, 12 de abril de 2019

Por unanimidade, TRE-MT cassa o mandato da senadora Selma Arruda

Noticia retirada do site:  www.olivre.com.br Por: Laura Nabuco Por unanimidade, o Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT) cassou o mandato […]
Ler mais...
qui, 22 de junho de 2017

Servidores do TSE lançam obra “Súmulas do TSE comentadas”

Já está disponível nas livrarias virtuais a obra “Súmulas do TSE comentadas”. Escrita por servidores do Tribunal Superior Eleitoral, o […]
Ler mais...
sex, 11 de julho de 2014

A partir de 10 de julho, pesquisas devem abranger todos os candidatos que pediram registro à Justiça Eleitoral

A partir desta quinta-feira (10), as pesquisas eleitorais realizadas mediante apresentação da relação de candidatos ao entrevistado devem conter o […]
Ler mais...
cross linkedin facebook pinterest youtube rss twitter instagram facebook-blank rss-blank linkedin-blank pinterest youtube twitter instagram